The Purge - 1° temporada - Crítica

 

Uma série que se passa num mundo distópico (praticamente próximo a nossa realidade) onde o principal objetivo é matar americanos (expurgar, como eles dizem) durante 12 horas contínuas na Noite de Crime. Essa é The Purge.

Inspirada na franquia de sucesso The Purge (Uma Noite de Crime) e produzida pelo mesmo criador dos filmes, a série de mesmo nome é um spin-off dos filmes onde a trama se concentra na Noite de Expurgo, onde uma vez a cada ano os Estados Unidos promove um período anual de 12 horas na qual todo o crime, incluindo assassinato, é permitido, garantindo assim a baixa densidade de criminalidade e aumento nas finanças do país. Em The Purge, se concentra na história de 3 núcleos: Miguel Guerrero (Gabriel Chavarria), um fuzileiro que volta para o país em busca de sua irmã Penelope (Jessica Garza), que entrou em um culto onde os participantes morrem na noite de Expurgo; o casal Rick (Colin Woodell) e Jenna (Hannah Anderson), que acabam indo para uma festa da sociedade onde reencontram Lila (Lili Simmons) com quem os dois já se envolveram juntos no passado; e Jane (Amanda Warren), uma profissional de finanças que contrata uma assassina de aluguel para matar seu chefe abusivo. Ambos não se conhecem porém possuem uma ligação (que é revelado na reta final).

A série começa apresentando os personagens no primeiro episódio, e ao longo disso apresenta os obstáculos de todos tentando sobreviver a tão terrível noite. Mas o maior problema da série na minha opinião, é a sua quantidade de episódios. Nos filmes a história acontece mais rápido por ter um limite de duração, já aqui a 1° temporada teve 10 episódios, por isso tiveram que acrescentar e desenvolver os personagens. Por mais que a série não tenha tido barriga (momento em que nada acontece na história) por volta do episódio 3-5, The Purge tenta desacelerar o ritmo pra garantir os 10 episódios produzidos, se tivesse 6-8 teria sido ótimo, principalmente pra história não ficar cansativos.


The Purge apresenta muitas histórias e conflitos interessantes, a começar por Penélope, uma adolescente que perdeu os pais muito cedo e ao ver que seu único irmão foi para o exército, ela decide entrar em um culto onde os integrantes (todos manipulados) são usados como isca para a população "expurgar" e matá-los para se sentirem bem, com a esperança de quem entrem para o "invisível" (o céu). A personagem de início é completamente insuportável devido a sua imensa ingenuidade, porém ao longo dos episódios ela precisa criar coragem e garantir sua sobrevivência ao lado de seu irmão Miguel. Os irmãos possuem ótima sintonia em cena e dá gosto de torcer para que sobrevivam até o final.

Outra trama, na qual eu considero a melhor, é a do triângulo amoroso Jenna, Lila e Rick. Jenna e Rick são casados e estão grávidos, até que são convidados a uma festa da sociedade e acabam reencontrando Lila, que já se envolveu com eles. De início, a história deles também parece super entediante, mas acabam os desenvolvendo e a história fica interessante. Ambos apaixonados por Jenna, a série fica dando insinuações de que um dos dois não presta (ou o marido, ou a ex-ficante), e se tratando de The Purge, é óbvio que algo de trágico aconteceria nessa história, e com tantas camadas eles conseguiram surpreender positivamente, é a trama que mais me fascinou do início ao fim.

E por último existe a trama da Jane, uma mulher que trabalha com finanças e que encomendou um assassinato para o seu chefe abusivo, porém a mesma se arrepende e decide tentar evitar a tragédia. Nos primeiros episódios eu não dava nada pra história, uma personagem até que interessante mas com uma mentalidade completamente equivocada e até mesmo burra, a trama dela é a que mais destoa de toda o enredo justamente pelos acontecimentos da série, na qual se torna uma frustação e deixou algumas pontas soltas. No meio da temporada Jane surpreendeu mas na reta final os criadores pareciam perdidos com sua história, ficou parecendo que não tinham ideia do que fazer com a personagem e escreveram qualquer coisa. Uma pena mesmo.

A reta final é completamente eletrizante, na qual os roteiristas explicam a ligação de todas as tramas, e apesar de muitos não concordarem, até que fez sentido. O final da série é satisfatório mesmo com muitas frustações, e até algumas decepções de como alguns personagens terminaram, mas nada de alarmante ou que indique que a série é ruim, o que pelo contrário, é ótima.

The Purge provou que conseguiram trazer a mesma essência dos filmes, muitas mortes, massacres e outros acontecimentos um pouco mais censurados por ser uma série de TV, e conseguiu cumprir o seu objetivo: agraciar os fãs da franquia e dar dicas de que se o mundo não melhorar, poderemos estar a um ponto de chegar ao universo da série. Pelo que vi a 2° temporada se passará em outro lugar e com novos personagens, e espero que tenha o mesmo nível da primeira.  A série está disponível no Amazon Prime Video.


NOTA 9/10

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