Mesmo não sendo tão excelente quanto o primeiro, Outro Pequeno Favor abraça a sátira de crime e mistério com muito glamour
E estamos de volta com mais uma continuação que chegou recentemente no Prime Vídeo. Continuação de Um Pequeno Favor (2018), Blake Lively e Anna Kendrick estão de volta para novas aventuras e assassinatos luxuosos...só que dessa vez na Ilha de Capri, na Itália.
Para quem não conhece a história do primeiro filme, a trama é centrada na amizade entre Stephanie (Anna Kendrick) e Emily Nelson (Blake Lively), onde Stephanie conhece Emily na saída da escola de seus filhos e começam uma estranha amizade, mesmo que ambas não possuem nada em comum. Após um bom tempo se conhecendo, Emily decide pedir um pequeno favor para Stephanie em buscar seu filho na escola. No entanto, essa demora de buscar o menino se torna dias, e Emily some a vista de todos, o que começa um novo mistério sobre seu desaparecimento, envolvendo o marido de Emily e a aproximação dele com Stephanie. Não irei o filme todo pois merece ser assistido (também está disponível na Prime Video).
A continuação de 2025 nos leva a Stephanie, depois de anos, se tornar uma escritora de livros em solucionar casos reais, se vê voltada novamente com Emily saindo da cadeia, e pedindo a ela que seja sua madrinha de casamento na Itália. Intrigada em descobrir o que ela deseja com isso, Stephanie decide aceitar o convite e novos crimes, é claro, passam a acontecer entre o novo marido de Emily, e seu derradeiro passado voltando à tona.
Devo dizer que, no início, não sabia o que esperar dessa continuação, pois não via motivos de acontecer, e sabemos muito bem que Hollywood está bem desesperada em criar algo original, mas tudo leva ao fracasso de audiência ou bilheteria, então recorrem as continuações. Há alguns acertos e erros terríveis. Esse aqui foi um acerto até.
A começar pela ambientação, foi um grande acerto se passar agora na Itália, o que muda os ares da qual estávamos acostumados. E ainda bem que trouxeram todo o elenco original do primeiro filme, senão não seria tão crível. A direção com certeza é primoroso, Paul Feig retorna sabendo como explorar aquele universo.
O enredo, por isso que pareça uma reedição do que aconteceu antes, de desdobra com o passar do filme, nos trazendo mais novidades. A começar pelo passado da Emily, que já foi discutido antes, agora soubemos de mais detalhes (apesar de muito fantasioso). O passado da Stephanie também poderia ser discutido novamente, mas sei que não daria pra entrar aqui.
O que estou querendo dizer é que o enredo é bem clichê, mas funciona. Assassinatos, crimes, falsidade ideológica, mentiras, até mesmo a máfia italiana foi introduzida aqui. E deu tudo certo!
O que dizer sobre o elenco: ótimo. Há sempre rumores de que Anna Kendrick e Blake Lively não se dão muito bem na vida real (pra quem acompanhou a premiere dessa sequência sabe que elas não se aproximaram muito), mas como são rumores, não é possível confirmar, mas na tela é uma coisa bem diferente. Elas possuem química, cumplicidade, amizade e sintonia saltando da tela da TV, o que torna crível gostarmos tanto de suas personagens.
Em uma opinião pessoal, eu gosto bastante da Anna Kendrick desde Crepúsculo, ali já dava pra ver a atriz promissora que seria. Assim como foi ótima na trilogia A Escolha Perfeita. Apesar de eu não ser muito fã dela, e ainda mais que atualmente está em um processo com Justin Baldoni por acusações por conta dos bastidores do filme É Assim que Acaba, eu gosto dos trabalhos da Blake, ela consegue tirar tudo que acontece na vida dela pra incorporar as personagens. Não é uma atriz excepcional, mas ela entrega bem o que pede. A acompanho desde Gossip Girl, e desde lá, é possível ver um amadurecimento como atriz.
Mas como não existe filme perfeito, há defeitos aqui também. Como eu disse antes, algumas explicações são muito fantasiosas, mas como já embarcamos no enredo, dá certo. No primeiro filme por exemplo, ele começa sendo um mistério dramático, e nos últimos 30 minutos abraça a ideia de ser uma farofa (significado para intrigas, confusões, complexidades em um emaranhado de eventos e situações, semelhante a um caos organizado), é uma mudança um pouco radical, mas funciona. Já aqui, abraça totalmente a ideia de "farofar".
É bastante divertido o tempo todo, mas quando chega o último ato (confronto entre os personagens), passa de farofa para uma galhofa completa, tanto é que a própria direção decepciona nessa parte. As atrizes por um instante pareceram que estavam mais perdidas que cego em tiroteio. E aí, o filme volta para encerrar o enredo dando soluções muito explicativas que não vimos os desdobramentos acontecerem. É um recurso padrão de filme pois precisa encerrar, mas podiam ter feito mais bonitinho né. Mas acima de tudo, não é demérito.
Outro Pequeno Favor é um longa bem produzido, intrigante, animado, prazeroso e se torna o nosso Guilty Pleasure preferido. Uma boa continuação que merece ser assistida. Mas em minha opinião pessoal...ainda prefiro o primeiro filme, que é excelente. Isso é normal, afinal, nunca se pode superar um original. Claro que há exceções. Mas aqui, não mesmo.
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